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Agricultura familiar: Avicultura colonial é tema de debate em Santa Cruz

12.11.2015  |    52 visualizações APL VALE DO RIO PARDO

Produtores, agricultores e técnicos participaram de encontro promovido pelo Arranjo Produtivo local (APL) Agroindústria e Produção de Alimentos, junto com a Secretaria Municipal da Agricultura

Santa Cruz do Sul - Em torno de 40 pessoas, entre produtores, agricultores e técnicos participaram da palestra sobre o tema Avicultura Colonial, realizada na manhã desta quinta-feira, dia 12, em Santa Cruz do Sul. O encontro foi realizado no auditório do Cerest, numa promoção do Arranjo Produtivo local (APL) Agroindústria e Produção de Alimentos, em conjunto com a Secretaria Municipal da Agricultura.
O encontro teve a coordenação do pesquisador da Embrapa de Pelotas, João Pedro Zabaleta, que fez uma exposição de como iniciou a sua atividade na área da avicultura colonial. Ele ressaltou que o projeto iniciou a partir de uma necessidade de determinada comunidade do interior de incrementar a sua produção de alimentos, uma vez que as pessoas estavam passando por problemas de saúde por subnutrição, segundo as atendentes do Posto de Saúde.
Assim, sua ideia era a de introduzir a produção de hortigranjeiros, sendo que um colega da Emater apostou na produção de ovos e frangos. Posteriormente, com esse colega sendo transferido e com os recursos para tocar o projeto de avicultura garantidos, coube a Zabaleta tocar a iniciativa.
Segundo o pesquisador, a Avicultura Colonial tem três eixos: a renda, a diversificação e a sustentabilidade. Uma das vantagens da produção de avicultura colonial é que através dela se obtém renda em pouco tempo - entre cinco a seis meses as galinhas estão produzindo ovos - e a produção é diária. "Com um lote de 150 aves é possível se ter uma renda mensal de um salário mínimo", citou.
Outras vantagens, segundo o pesquisador é que se trata de um serviço leve e que requer pouco tempo, além de ser exercida por mão de obra familiar, em várias faixas etárias. "Ela é de baixo risco e com difícil frustração, sendo que a família pode encarar isso como mais uma fonte de renda dentro da propriedade", observou.
No quesito sustentabilidade, Zabaleta assegura que o meio-ambiente não sofre impacto com a produção da avicultura colonial, além de dar aos filhos uma perspectiva de renda e permanência na propriedade. "A própria ração das galinhas pode ser produzida dentro da própria propriedade, com o uso de aipim ou batata doce, entre outros artigos", garante.
Segundo Zabaleta, a avicultura colonial tem como princípio básico produzir com menor custo. Sendo que na avicultura industrial a ideia é a de produzir mais em menos tempo. "No Brasil ainda temos muito mercado. Dados de 2012 dão conta que o consumo de carne de frango anual é de 45 quilos por pessoa e 165,5 ovos. Sendo que em outros países este consumo é muito maior".
Legislação
O pesquisador destaca ainda que a legislação protege a avicultura industrial e exclui a agricultura familiar, pois as mesmas leis regem as duas atividades, o que dificulta a expansão da avicultura colonial, em especial no quesito abate e comercialização. Em Pelotas, estas barreiras foram superadas numa parceria com uma cooperativa, a Consulati, que abate em torno de 25 mil frangos por mês.
O ideal é que os produtores iniciem a atividade de aviário no final do verão para pegar a entressafra de ovos, no período entre fevereiro e setembro, no qual também se consegue um preço mais compensador. Geralmente, uma galinha poedeira tem vida produtiva de 80 semanas, quando se renova o lote.
Além de Santa Cruz do Sul, as palestras ainda foram realizadas em Vale do Sol, Candelária, Ibarama e Boqueirão do Leão. Segundo o gestor do APL Vale do Rio Pardo, Jesus Edemir Rodrigues, os eventos são uma forma de debate para estimular alternativas de renda à produção de alimentos na região.

Jacson Miguel Stülp - MTb /DRT-RS 9692
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