Missão gaúcha à Itália conhece sistema europeu de produção de alimentos
16.11.2015
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APL VALE DO RIO PARDO
Gaúchos conheceram realidade europeia em dez dias de visitas
A missão gaúcha retornou da Itália cheia de ideias e com conhecimento do consolidado sistema europeu de produção de alimentos, que está em plena execução no continente. Foram integrantes da missão, o gestor do APL VRP Produção de Alimentos e Agroindústria, Jesus Edemir Rodrigues; o assistente técnico (ATR) de organização econômica do escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, Olívio Pedro Faccin; a vice-reitora da UERGS e membra do APL Vale do Taquari, Eliane Maria Kolchinski e a secretária geral na Câmara de Comércio Italiano no Rio Grande do Sul, Janice Tereza Rota, entre outros.
Durante a viagem, o grupo pode conhecer diferentes experiências e empreendimentos, como o consórcio de tutela de vinho Valpolicella, que produz e garante a qualidade dos vinhos dos pequenos produtores; a Confederação das Indústrias da Província de Belluno; a sede do departamento de políticas e cooperação internacional do governo de Vêneto, onde foram discutidas políticas de cooperação e apresentadas as potencialidades agrícolas e econômicas da região; a Expomilão, feira mundial de alimentos que ocorre a cada dez anos, em países diferentes, onde foram visitados os estandes do Brasil, Itália e da empresa de laticínios Granarolo; o Supermercado do Futuro; o Instituto ATA - com a participação num evento relacionado a produção de carne e sustentabilidade; e visita ao Centro de Pesquisa e Inovação, que tem um setor destinado à alimentação que se preocupa desde a nutrição dos animais até a qualidade ambiental, entre outros.
Segundo o gestor do APL, Jesus Edemir Rodrigues, a missão teve uma clara noção a respeito do sistema europeu de produção de alimentos na visita que foi realizada nas propriedades da Itália, em especial a formatação e a produção, bem como a legislação a qual o produto precisa atender. "O produtor precisa estar organizado em forma de consórcio ou cooperativas para conseguir vender a sua produção e sozinho não conseguirá, pois terá que provar a origem e este é o papel do consórcio e da cooperativa", explica.
A preocupação com a produção de alimentos iniciou há cerca de dez anos no continente europeu, com a crise europeia e foi quando se consolidou o modelo de produção. O agricultor poderá se consorciar ou cooperar a outras organizações, para agregar valor a sua propriedade. Porém, para ter uma certificação de origem, deve ter um projeto de concepção do seu produto e processo de produção. Assim, o agricultor precisa ser um especialista e dominar a produção e, para isso, é necessário se capacitar em todas as etapas da produção de matéria-prima e industrialização. Isso remete e garante a qualidade do produto e a certificação de qualidade.
O preço é determinado pela oferta de produto e pela demanda de produto. O consumidor busca qualidade e assim, tem ciência de que produtos de determinada região são sinônimos de qualidade, pois os mesmos tem uma tutela de qualidade, que é atestada em todo o seu processo.
Papéis
Jesus destaca que cada um tem o seu papel bem definido. O ente público subsidia a produção primária. Na Europa, até 60% da produção é subsidiada pelo Governo, o que garante um produto mais barato na mesa dos consumidores. Já as universidades são as responsáveis pela formação e tem o papel de pesquisadoras da origem e história dos produtos e suas respectivas regiões.
Ao produtor, resta o papel de se qualificar e buscar uma especialização na produção de alimentos para que possa se habilitar ao subsídio do Governo e escolher sobre a formatação do seu negócio, se ele vai produzir de forma cooperada ou em consórcio.
Os produtos devem seguir a certificação exigida pela legislação para que esteja apta a ingressar no mercado. O consumidor compra os produtos sem questionar os preços, mas pela relação de confiança estabelecida.
Alguns pontos que chamam atenção na cadeia de produção de alimentos da Itália: os jovens não estão inseridos nas propriedades. Eles estão nos bancos escolares para se qualificar na comercialização e na produção de alimentos. As propriedades são tocadas geralmente pelos patriarcas, que contratam mão de obra dos imigrantes, que trabalham em determinados horários, e ao final do dia retornam aos albergues ondem moram - a moradia e os custos com o transporte são bancados pelo Governo.
Em torno de 35% das propriedades rurais não tem perspectiva de sucessão rural e essa é uma preocupação para as autoridades, que tem uma lei onde o vizinho mais próximo tem a prioridade em adquirir aquela propriedade. Caso contrário, existe o incentivo para as pessoas da cidade que queiram produzir alimentos, desde que se comprometam num projeto de no mínimo 10 anos - caso contrário, terão que devolver o dinheiro que receberam do Governo para financiarem seu negócio.
O modelo de negócio está estabelecido. A produção é vendida por alguém daquela região. Não existe a possibilidade de uma empresa de outra região adquirir a produção para vendê-la. Existem cooperativas formadas por produtores, sendo que estes podem ser duplamente beneficiados. Mediante o beneficiamento da matéria prima da propriedade pela cooperativa - que cobra o seu custo, onde o agricultor mesmo comercializa posteriormente os seus produtos - e participa ainda posteriormente, dos lucros obtidos pela cooperativa.
Propriedade
Uma das visitas técnicas da missão ocorreu à Fratelli Taroni, especializada em produção de gado de leite destinado a produção de queijo "Parmeggiano-Reggiano". Segundo o gestor do APL VRP, Jesus Edemir Rodrigues, a propriedade atua com duas cooperativas. Uma que fornece a alimentação para as 150 vacas do rebanho - das quais 130 são de ordenha.
E a outra que beneficia o leite e devolve em forma de queijo. O produto fica estocado por 18 meses para descanso, antes de ser comercializado. O resultado da venda é dividido em percentuais de 40% para a cooperativa e 60% para o produtor.
Assessoria de Imprensa do APL VRP Produção de Alimentos e Agroindústria
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