Santa Cruz do Sul – Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), SPC Brasil e Sebrae retrata a realidade do comércio no País. O conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do país, conhecido como Custo Brasil, é considerado por 9 a cada 10 empresários brasileiros como uma barreira para o crescimento de suas empresas.
Os maiores problemas relatados pelos empresários entrevistados são: os juros altos (44%), excesso de burocracia para abrir/manter/fechar empresas, contratação e dispensa de funcionários (34%), alta carga tributária sobre fabricação e venda de produtos/serviços (32%) e alto custo para empregar/tributação elevada da folha de pagamento (32%).
O presidende da CDL Santa Cruz, Ricardo Fernando Bartz, destaca que essa é uma realidade geral no Brasil. “O empreendedor do setor do comércio tem uma dificuldade em investir em novos negócios e é preciso que se crie melhores condições para isso acontecer”, observa.
A pesquisa buscou identificar possíveis entraves para o crescimento das empresas e coletar insumos para a proposição de políticas públicas que contribuam para a melhoria do ambiente de negócios no país e, consequentemente, apoiem o desenvolvimento do varejo.
A dificuldade de acesso ao crédito também é um entrave para o crescimento dos negócios no país, destacado por 23% dos empresários. Na opinião deles, a dificuldade dos varejistas de conseguir crédito em instituições financeiras no Brasil está ligada, principalmente, às taxas de juros excessivamente altas (56%), ao excesso de garantias exigido pelas instituições financeiras (34%), às barreiras colocadas às empresas inadimplentes para terem o crédito aprovado (26%) e ao baixo conhecimento das linhas de crédito existentes (16%).
A importância da interferência macroeconômica é destacada pelos empresários, a ponto de considerá-la mais importante que o lockdown estabelecido nas cidades ao longo da pandemia, pois quatro em cada dez (40%) acreditam que a política econômica e seus resultados (inflação, juros, desemprego) é o fator que mais influencia o faturamento da empresa. Por outro lado: 37% afirmam que os períodos de abertura e fechamento das cidades impostos no período da pandemia foram decisivos para o faturamento.
Independentemente da avaliação sobre o fator que mais importa para o faturamento, os empresários se mantêm mais otimistas que pessimistas: 38% se dizem otimistas ou muito otimistas em relação ao atual governo e as medidas tomadas para aumentar as vendas do varejo até o final do ano, ao passo que 24% estão pessimistas ou muito pessimistas (percentual que chega a 31% nas capitais). Outros 34% permanecem neutros na avaliação e não estão nem otimistas, nem pessimistas.
As medidas do governo direcionadas à contenção dos efeitos econômicos da COVID-19 foram adotadas/aderidas por 35% dos empresários, principalmente entre os de grande porte (49%). As medidas que mais ganharam adesão foram: redução da jornada e salário e suspensão do contrato de trabalho (11%), nova rodada do Auxílio Emergencial (6%) e flexibilizações de regras trabalhistas referentes ao teletrabalho (5%). Já a maioria dos empresários (60%) não aderiu a nenhuma medida.
Mão de obra
Em relação aos desafios ligados à gestão empresarial, aproximadamente quatro em cada cinco empresários relataram algum problema (78%), com destaque para a dificuldade na contração de mão de obra qualificada (29%), a falta de recursos financeiros para adquirir dados sobre o mercado de atuação da empresa e dos seus clientes (21%) e o baixo acesso às tecnologias e inovações em função dos custos elevados (17%). Por outro lado, 17% dizem não haver problemas relacionados à gestão empresarial que interfiram na empresa.
A implantação tecnológica também representa uma dificuldade enfrentada por 79% das empresas. Os principais desafios são a dificuldade com custos (40%), encontrar profissionais capacitados (25%) e tempo para avaliar o custo-benefício (20%).
Os maiores problemas relatados pelos empresários entrevistados
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