Santa Cruz do Sul – A elevação do preço do diesel em 49,78% entre novembro de 2020 e março de 2021 está sendo responsável por malabarismos entre as empresas responsáveis pelo transporte de cargas e logística no Brasil. O setor, que movimenta grande parte da economia, tem seus custos fortemente impactados pela elevação dos preços dos combustíveis, embora esse não seja o único fator que tenha impactado na alta do valor final do frete.

Segundo o diretor da VBR Logística, de Santa Cruz do Sul, Geovane Rothen, as altas do óleo diesel foram determinantes para elevar o preço do fretamento e está cada vez mais difícil contratar autônomos. “Desde novembro do ano passado estamos enfrentando dificuldades com aumentos constantes, o que dificulta uma manutenção no preço do frete. É preciso um malabarismo para que se possa fechar as contas no final do mês”, observa.

O diretor explica que o óleo diesel representa em média 40% do custo de uma operação de transporte. O valor varia conforme o tamanho e o consumo do caminhão, bem como o caminho que ele fará para transportar a carga.

Rothen salienta que para amenizar os custos com combustível, a VBR intensificou algumas ações: a telemetria nos caminhões, o treinamento dos motoristas com foco na direção defensiva e econômica.

Mas outros fatores também implicam no aumento do frete. Os reajustes no preço de caminhões e de semirreboques, assim como do óleo diesel, é considerado o principal insumo para o veículo se locomover, têm afetado diretamente o setor de transporte rodoviário de cargas. A situação piorou e algumas empresas podem até mesmo falir.

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do RS (Setcergs), em 2019 as empresas pagavam cerca de R$ 500 mil pelo conjunto de caminhão zero quilômetro e a carroceria. Hoje, o mesmo conjunto custa R$ 750 mil, um aumento de 50%.

A compra de pneus também tem sido um problema para o setor. A falta de estoque e a ausência de um preço fixo estão entre as dificuldades enfrentadas. O tempo pode variar conforme a distância percorrida pelo veículo. Os pneus tiveram um aumento de preço médio de 35% entre 2020 e 2021.

Fornecedores do produto comunicam que o valor pode sofrer alterações na semana da entrega em razão da taxa cambial e do preço do petróleo. O pneu é o segundo maior custo da transportadora e comenta que a falta de um preço fixo remete ao início da década de 1990, quando muitos produtos tinham seus preços atualizados constantemente.

Com o aumento nos gastos, cresce a necessidade de repassar os novos custos ao valor do frete. A incerteza econômica trazida pela pandemia fez com que os contratantes de frete utilizassem menos o serviço.

Sobre a VBR Logística

Com mais de 20 anos de atuação no mercado, a VBR está consolidada entre os grandes nomes da logística nacional. Possui unidades em Rio Grande (RS), Itajaí (SC), Cabo de Santo Agostinho (PE), Duque de Caxias (RJ) e Simões Filhos (BA), sendo a matriz localizada em Santa Cruz do Sul (RS).

A VBR é capacitada a armazenar e executar a distribuição de cargas controladas, químicas, alimentos, maquinário, eletrônicos, cargas com excesso, entre outras. Os pátios e armazéns são informatizados e monitorados 24 horas por dia. A empresa trabalha com monitoramento de carga, que fornece base concreta de informação sobre a previsão de chegada e entrada. Também oferece aos clientes rastreamento online que pode ser acompanhada via satélite da saída ao seu destino.

 Confira os reajustes do diesel entre novembro 2020 e março 2021*

Novembro 2020: 5%

Dezembro 2020: 8%

Janeiro 2021: 4,98%

Fevereiro 2021: 21,3%

Março 2011: 10,5%

Total: 49,78%

*Fonte: Petrobras

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